terça-feira, 16 de junho de 2009


Existem mais de 500 milhões de armas de fogo em circulação no mundo. Isso equivale a 1 arma para cada 12 pessoas. Infelizmente, o pensamento de negociantes de armas, como Yuri Orlov, é de como armar as outras 11.
Na década de 80, ao ganhar uma guerra, os EUA deixavam suas armas no local de ataque pois custava mais caro levá-las de volta do que comprar um novo estoque. Ótima oportunidade para negociantes de armas como Yuri, jovem charmoso, ambicioso e de raciocínio rápido, que queria enriquecer rapidamente. Ele, então, entra no mercado ilegal de armas, se tornado o principal negociante de armas do planeta. Na década de 80, suas armas estavam presentes em 8 de 10 áreas de guerra. Para negociantes de armas, era comum ter várias identidades, para ele o problema não era ter uma vida dupla , mas sim uma vida tripla, quadrupla. Ele não tinha um lado, comprava dos comunistas para vender aos fascistas, tinha armas dos dois lados do conflito .
Durante a Guerra Fria o exercito vermelho (Soviéticos) mantinham quase 1 milhão de soldados na Ucrânia. Em 1991, acaba a Guerra Fria e cai o muro de Berlin. Depois de sua queda, os salários pararam de chegar. Não há nada melhor para um negociante de armas do que soldados descontentes e um almoxarifado lotado de armas. Os soviéticos tinham o maior acúmulo de armas da história e agora nenhum inimigo. O fim da Guerra fria foi o começo da era mais quente na venda de armas, e Yuri tinha contatos que facilitavam o contrabando.
Desde o fim da Guerra Fria, o Kalashinikovs (rifle) se tornou o produto mais exportado da Rússia depois da Vodca, caviar, etc. O mundo adorava armas, as colocava em destaque em símbolos importantes de seu país. Moçambique as colocava na bandeira, os Soviéticos as colocavam na moeda.
Depois da queda do muro, 32 bilhões de dólares em armas foram roubadas e vendidas na Ucrânia, um dos maiores roubos do século 20. O principal mercado era a África com 11 grandes conflitos, envolvendo 32 países em menos de uma década. Os contrabandistas tinham de ser rápidos pois revoluções acabam até mesmo antes das armas chegarem.
Ele era investigado por um agente da polícia (Jack) que, de certa maneira, havia feito uma pressão psicológica em Ava (sua mulher), falando que seu marido enriquecia dando às pessoas mais pobres do mundo os meios para se matarem, o que não deixava de ser verdade. Yuri, pelo contrário, não acha que seja um assassino, afinal, ele nem aperta o gatilho.
Inteligente, Yuri acha falhas burocráticas em leis internacionais, dando vantagens para legalizar seus negócios. Ele até tentou ganhar dinheiro honesto, mas a venda de produtos legais não davam lucro. Então voltou a traficar armas e foi preso ao chegar no aeroporto com o corpo do irmão, morto em uma de suas negociações. Agora, ele tinha perdido o irmão, a mulher, o filho e os pais o renegaram. Foi preso, não só por causa da bala encontrada no corpo do irmão, mas também por provas que o incriminavam (passaportes falsos, armas, etc...). Porém, foi solto porque era amigo dos homens mas vis e sádicos que hoje chamam a si mesmos de líderes. Além do mais, o maior negociante de armas do mundo era o chefe do agente que o prendera, o Presidente dos EUA, que transportava mais mercadoria em um dia do que Yuri em um ano. Ele poderia ser chamado de “mau”
mas era “um mal necessário”. Ele teve influência de líderes para não ser preso, e tinha a certeza de que, só porque esses tais líderes precisavam dele naquele dia, não significava que não o fariam de bode espiatório no outro. Ele cresceu rapidamente, de vendedor de fuzis abandonados pelos EUA no Afeganistão, a maior e mais importante comerciante de armas, tanques e mísseis soviéticos contrabandeados.
Embora vendedores de armas continuem a prosperar, os maiores fornecedores de armas são: EUA, Reino Unido, Rússia, França e China, o que não deixa de ser uma ironia, já que eles são os cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU.
Os mais poderosos dominam, essa é a nossa realidade.


Ellen Christina De Sousa Ferreira

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